Corrida no Ar News | Domingo | 23 de novembro de 2025
Pessoal, precisamos esclarecer algumas coisas sobre o caso da atleta Marisa Rocha Oliveira, suspensa por doping após vencer a Maratona de Santa Maria. Ela alegou que a substância fazia parte de um processo de emagrecimento e que desconhecia ser proibida.
Vamos aos fatos: Oxandrolona é um esteroide anabolizante sintético derivado da di-hidrotestosterona (DHT). Não tem absolutamente nada a ver com emagrecimento. É uma substância que promove ganho de força e massa muscular, tornando o atleta mais forte e rápido.
Uma pesquisa simples no Google mostra que seu uso é estritamente proibido pela Agência Mundial Antidoping (WADA). Não existe desculpa. Ou a atleta foi extremamente negligente em não pesquisar o que estava tomando, ou foi enganada por algum profissional irresponsável – médico, nutricionista ou preparador físico.
O que mais me entristece é ver como o doping rouba a glória dos atletas honestos. A verdadeira campeã de Santa Maria deveria ter sido a segunda colocada. Ela treinou, se dedicou, competiu limpo e foi privada do momento de cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Esse momento, essa sensação, ninguém pode devolver.
Ibirapuera: a novela continua
A disputa entre a Urbia (concessionária do Parque do Ibirapuera) e as assessorias de corrida ganhou um novo capítulo. A Justiça, em segunda instância, revogou a liminar que autorizava a cobrança de taxas das assessorias que utilizam o parque.
O Nishi, nosso especialista jurídico, esclareceu alguns pontos importantes:
O que realmente aconteceu:
- A decisão judicial apenas cassou a liminar que obrigava o pagamento imediato das taxas
- O processo principal continua correndo, ainda sem decisão definitiva
- A The Run (assessoria que entrou com recurso) obteve uma vitória parcial, mas não definitiva
Minha opinião sobre o caso:
Sou favorável à cobrança de uma taxa justa. As assessorias prestam um serviço comercial utilizando espaço público. Assim como o vendedor de coco paga para trabalhar no parque, faz sentido que assessorias também contribuam.
O problema está no modelo proposto pela Urbs – cerca de R$ 10 por aluno – e na falta de diálogo entre as partes. Enquanto isso, quem perde são os corredores que só querem um espaço seguro para treinar.
Maratona de Curitiba: novidades para 2026
Em um post do Instagram da prova, o Professor Euler, Secretário Municipal de Esporte de Curitiba, durante a expo da maratona, soltou a uma informação bem legal: a Maratona de Curitiba pode ter meia maratona no sábado e maratona no domingo a partir de 2026.
O prefeito já autorizou os estudos para viabilizar o evento em dois dias. Seria um salto gigantesco para a prova, que já cresceu significativamente este ano – são mais de 1000 inscritos a mais em relação a 2024 apenas nos 42 km..
Isso mostra a maturidade e ambição da organização. Um evento de dois dias movimenta ainda mais a economia local, gera mais empregos (são 1.800 pessoas trabalhando na maratona este ano) e reforça a importância de Curitiba entre as grandes maratonas brasileiras.
Reflexões sobre o cenário atual
Antidoping: necessário em todas as provas
Os comentários de vocês mostram o que todos sabemos mas poucos falam abertamente: o uso de substâncias proibidas entre amadores é muito mais comum do que imaginamos. Se todas as provas tivessem controle antidoping, muita gente cairia.
É uma questão de ética e respeito ao esporte. Quando você usa substâncias proibidas, não está apenas trapaceando – está roubando o lugar de alguém que treinou honestamente.
Fortaleza e os ovos nos corredores
Recebi relatos preocupantes sobre moradores jogando ovos em corredores na Beira Mar de Fortaleza. Aparentemente, o problema está relacionado ao excesso de eventos com shows após as provas, perturbando o descanso dos moradores.
É uma situação complexa que exige diálogo. O direito ao esporte não pode sobrepor o direito ao descanso, mas também não justifica agressões ou “ovadas”. Precisamos encontrar um equilíbrio.
E por hoje é só, pessoal.
Muito obrigado pela leitura e até amanhã!
Sérgio Rocha
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