Corrida no Ar News | Sábado | 22 de novembro de 2025
Pessoal, precisamos falar sobre um assunto sério que tem manchado nosso esporte: o doping. Nesta semana, dois casos vieram à tona, um no Brasil e outro na Argentina, mostrando que infelizmente ainda existem atletas procurando atalhos para a performance.
Caso 1: Maratona de Santa Maria
A notícia veio como um balde de água fria. Marisa Rocha Oliveira, atleta de Santa Rosa que havia conquistado o título geral na Maratona Internacional de Santa Maria, foi notificada pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) sobre resultado analítico adverso em seu exame antidoping.
A amostra, coletada no dia 19 de outubro durante a prova, detectou a presença de várias substâncias proibidas, incluindo Oxandrolona e outros anabolizantes. A atleta foi suspensa provisoriamente com efeito imediato.
O que eu achei mais legal nesse caso é que a Maratona de Santa Maria tem selo ouro da CBAt e realiza exames antidoping – uma iniciativa que deveria ser padrão em todas as provas importantes. Com patrocínio do Sesc, a prova demonstra seriedade, pois só se libera a premiação após a confirmação dos resultados dos exames.
Caso 2: Maratona de Buenos Aires
Na Argentina, outro caso veio à tona. Um atleta queniano o foi suspenso por três anos após ser pego no antidoping da Maratona Internacional de Buenos Aires, realizada em 21 de setembro. Ele havia conquistado o segundo lugar com o tempo de 2h09min46s, mas admitiu a infração no mesmo dia da notificação, o que reduziu sua pena de quatro para três anos.
Todos os seus resultados desde a data da corrida foram anulados, incluindo títulos, medalhas e prêmios.
A importância do antidoping
Esses casos nos fazem refletir sobre algumas questões fundamentais:
Injustiça com atletas limpos: Em Santa Maria, a segunda colocada deveria ter sido a verdadeira campeã. Em Buenos Aires, o terceiro lugar merecia o segundo. Quantas vezes isso acontece sem que a gente saiba?
Fim de carreira: Para os atletas flagrados, é praticamente o fim. A suspensão de três ou quatro anos em um esporte de alta performance é devastadora. Vale a pena arriscar tudo por um resultado?
Credibilidade do esporte: Cada caso de doping mancha a imagem da corrida de rua, um esporte que deveria ser sinônimo de superação limpa e esforço genuíno.
O que podemos fazer?
Primeiro, apoiar iniciativas como a da Maratona de Santa Maria, que mesmo com premiação relativamente modesta, investe em exames antidoping. Provas com selo ouro da CBAt têm essa obrigatoriedade, e isso deveria ser expandido.
Segundo, precisamos de mais educação. Muitos atletas amadores não têm noção real dos riscos – tanto para a saúde quanto para a carreira – do uso de substâncias proibidas que, aparentemente, têm sido mais comum do que a gente imagina.
Terceiro, valorizar quem compete limpo. Quando você cruza a linha de chegada sabendo que deu seu melhor sem atalhos, essa conquista vale mais que qualquer pódio manchado.
Maratona de Curitiba
A tradicional prova acontece neste domingo com transmissão ao vivo pelo Corrida no Ar. A expo está rolando no Museu Oscar Niemeyer (o famoso “Museu do Olho”), e a estrutura está bem organizada, com área ampla para retirada de kits.
Maratona Monumental de Brasília
Também acontece neste domingo. Confesso que ainda estou com o pé atrás com essa prova depois dos problemas do ano passado, quando faltou água para os maratonistas. Disse em 2024 e mantenho: só volto a correr em Brasília quando a organização demonstrar que aprendeu com os erros.
Kipchoge e Coros encerram parceria
Uma era chegou ao fim. Eliud Kipchoge e a Coros, marca de relógios esportivos com GPS, anunciaram o encerramento de sua parceria. Com a aposentadoria do queniano como atleta de elite internacional, era esperado que mudanças acontecessem. Agora ele segue para novos desafios, incluindo correr maratonas nos sete continentes. Fica a curiosidade sobre quem será o novo rosto da marca.
E por hoje é só, pessoal.
Muito obrigado pela leitura e até amanhã!
Sérgio Rocha
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