ELA tinha uma CONDIÇÃO RARA

Pessoal, eu estava devendo uma notícia sobre o óbito que infelizmente aconteceu em uma prova no último domingo, em São Paulo e um caso raro: uma corredora teve um ataque cardíaco no quilômetro 19 dos 21 km da etapa do Shopping JK Iguatemi. Ela estava correndo ao lado do treinador dela e, embora tenha sido levada ao hospital (Upa), infelizmente não resistiu.

Eu digo que é raro, porque é muito raro você ver morte súbita em mulheres por ataque cardíaco, mesmo fora do esporte.

Quem acompanhou viu muitas manifestações de pesar. Estamos falando da Anna Sol Faria, advogada aqui de São Paulo. Ela era irmã do amo do Boi Garantido, aquela associação que participa do famoso festival folclórico de Parintins, no Amazonas.

Os comunicados oficiais

Eu falei com a Track&Field para receber um comunicado, porque não tinha nada da própria organização sobre o que aconteceu, e estamos acostumados a ver manifestações quando ocorre um óbito. Eles mandaram uma nota:

  • Track&Field: A empresa lamentou “profundamente o falecimento”. Confirmou que a corredora teve um “mal súbito” no KM 19, acompanhada pelo seu treinador. Ela foi “prontamente atendida” pela UTI móvel do evento, encaminhada à UPA da Vila Mariana, “onde veio a falecer”. A empresa disse que prestou “toda a assistência necessária” e reiterou solidariedade à família.
  • Federação Paulista de Atletismo: A FPA também lamentou o falecimento da Ana e informou que o evento contava com permit da federação e tinha o “documento de aprovação Diários Médicas de eventos emitidos pelo GEPAE (Grupo de Planejamento de Ações Estratégicas) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Afirmaram que a prova estava com “estrutura adequada” e “em conformidade” com as normas vigentes.

A causa do falecimento (Laudo Oficial)

A equipe de corrida da Anna, a EQ performance , também divulgou uma nota. O mais importante é o que eles trouxeram sobre a causa:

  • Segundo o Laudo de Serviço de Verificação de Óbito, a causa do falecimento foi infarto do miocárdio.
  • Este infarto foi “provocado por uma condição cardíaca congênita“.
  • O nome técnico é “anomalias congênitas das artérias coronárias (CAC)”.
  • A própria equipe explicou que são “alterações raras” (afetam entre 0,2% a 1,3% da população) e são “uma das principais causas de morte súbita cardíaca em pessoas com menos de 35 anos”.

A nota da equipe também reforça que a Anna “tinha acompanhamento médico regular” , “treinava sob a orientação de profissionais” , “não fazia uso de medicamentos contínuos nem de substâncias químicas” e “levava uma vida equilibrada e saudável”.

De acordo com os médicos consultados pela equipe, a condição dela “é rara, de difícil diagnóstico” e “costuma evoluir de forma silenciosa e imprevisível”.

Conversei com alguns médicos que me falaram que, no caso dela, esse tipo de anomalia (ela tinha uma artéria anômala coronária) só seria pego com um exame muito específico, a angiotomografia. É um exame raro de ser pedido por um médico.

É realmente uma tristeza o que aconteceu. Deixo aqui, de novo, minha solidariedade e meus pesares para familiares e amigos.


O debate: Adidas dominando a elite (e os amadores?)

Vamos falar agora dos comentários da edição de ontem , quando falei da Adidas dominando o mercado, principalmente entre a Elite. Vieram uns comentários bem interessantes:

  1. E o Brasil? (Olympikus na área) O perfil “Isadoracorrer” no Instagram sugeriu uma análise das principais provas do Brasil. Eu concordo. “Acredito que o Olympikus teria um grande destaque”. Aliás, eu acho que “tem uma epidemia de Olympikus nas provas” aqui no Brasil, o que é muito legal de ver.
  2. Elite x Amadores (A questão do patrocínio) O “Jacques Fernandes” comentou que eu deveria fazer a “pesquisa dos amadores” , porque “esse sim pode escolher o tênis que quiser” e “não tem compromisso de usar uma marca ou outra” , diferente da elite que tem contrato.
    • Minha visão: Claro que sim, mas o que tenho visto, principalmente de uns dois anos pra cá, é que até as ações [da Nike] caíram bastante. Eu tenho visto mesmo na gringa… poucos Nike. Na época do Vaporfly e Alphafly, era só o que maioria as pessoas usavam e isso tem diminuído bastante”. O que a Adidas está fazendo é escolher melhor os atletas que ganham. Colocar o tênis no pé da elite gera validação para que os amadores comprem. Isso também é uma ação de marketing. E o que me espantou foi a Adidas ter “o dobro” de vitórias da Nike.
  3. Durabilidade (O calcanhar de Aquiles?) A “RL Assessoria” tocou num ponto fundamental: “a baixa durabilidade dos tênis de alta performance da Nike”.
    • Ele disse: “A quantidade de pessoas que tiveram problemas com o Vaporfly e Alphafly foi enorme”. “Solado dele que descola com muita facilidade”.
    • Ele compara: “Os tênis de alta performance da Adidas têm uma durabilidade muito maior”.
    • E mandou a real: “Ninguém merece pagar mais de R$ 2 mil de um tênis e o solado descolar nas primeiras corridas”. Ele falou “com propriedade”, pois aconteceu com ele e “com vários alunos” da assessoria dele.
    • Eu concordo com ele.
  4. A Nike “se acomodou”? A “Julie Espindola” (pelo TikTok) disse que a durabilidade tem deixado a desejar e que talvez o motivo seja a Nike “se acomodar”.
    • Isso vai de acordo com o que um amigo meu que morou em Nova York me falou : “a galera não quer usar o tênis” antigo, “que era do pai ou do tio”, tipo o Pegasus. “O pessoal quer tênis mais modernos”.

Queria aproveitar para agradecer demais! Muita gente mandou parabéns pra mim (pelo meu aniversário). Fiquei muito feliz, foi um dia muito feliz para mim. Super obrigado pelo carinho de todos vocês.

Obrigado pela leitura! Até amanhã, tchau!



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