Quinta-feira | 29 de outubro de 2025
Um rápido aviso: este post foi gravado com antecedência, pois no momento em que ele foi publicadfo em já estava em Portugal. Vou correr a Maratona do Porto neste domingo. Por causa dessa logística de viagem, o post de hoje não terá os comentários que são feitos nos vídeos, mas amanhã a programação volta ao normal.
Vamos direto às notícias.
A Polêmica da Maratona de Pomerode
O assunto que dominou o cenário foi a Maratona de Pomerode. O vencedor da prova, um atleta queniano, foi desclassificado após cruzar a linha de chegada.
Para entender o caso, a Mari, da Corre Brasil (empresa organizadora), gravou uma série de vídeos explicando a situação:
- A Inscrição: O atleta queniano apareceu no sábado, durante a entrega de kits, solicitando uma vaga para participar. O evento estava com inscrições esgotadas (sold out) há muito tempo.
- A Decisão: A organização, julgando ser interessante para o nível do evento ter esse atleta de ponta, decidiu realizar a inscrição dele.
- A Largada: Como o pelotão de elite já estava definido, ele foi inscrito no pelotão geral e largou 1 minuto e 30 segundos depois da elite.
- A Regra: Isso não era um problema, pois o regulamento da prova previa que a classificação geral seria definida pelo tempo bruto, e não havia premiação exclusiva para a categoria elite.
Então, por que ele foi desclassificado?
Após a prova, outros atletas brasileiros fizeram uma reclamação formal, argumentando que ele foi inscrito fora do prazo regular.
Segundo a organizadora, embora eles tivessem respaldo do delegado técnico para manter o resultado, a Corre Brasil decidiu acatar a reclamação. A justificativa foi o “respeito ao relacionamento com os atletas brasileiros” e para evitar a interpretação de que estariam “privilegiando um atleta estrangeiro”.
No entanto, em respeito ao esforço do queniano, a organização optou por uma “premiação dupla”: manteve o pódio com os brasileiros, mas também pagou o valor integral da premiação em dinheiro ao atleta queniano pelo resultado que ele alcançou.
A minha opinião sobre o caso
Para mim, ele não deveria ter sido desclassificado.
O regulamento da prova é claro quando diz que a organizadora “reserva-se o direito de convidar para participar do evento”, e não existe nenhuma regra, seja na Norma 7 ou em regras de competição, que impeça um atleta de ser inscrito na véspera. A organização tem a prerrogativa de inscrever quem ela quiser, na hora que quiser.
Imagine se o Kipchoge aparece no seu evento querendo correr. Você não o inscreveria na hora?
A decisão de desclassificá-lo me pareceu ser de gestão de crise, para preservar a imagem e evitar problemas com os outros atletas brasileiros. Tecnicamente, a meu ver, não havia motivo para a desclassificação.
A outra polêmica: A vencedora feminina
E não foi só isso. Também houve uma polêmica na premiação feminina.
A organização recebeu reclamações, com fotos e vídeos, de que a atleta vencedora teria recebido apoio externo (alguém de bicicleta acompanhando ou entregando algo) durante o percurso.
Neste caso, a reclamação foi submetida ao delegado técnico da prova (o árbitro), que é a autoridade máxima em qualquer competição. Após análise, a arbitragem da Federação Catarinense decidiu manter a classificação dela.
A organização, corretamente, precisa acatar a decisão do árbitro.
Confesso que isso me causa um certo temor. Se as imagens de auxílio externo eram claras (e não era um batedor oficial da prova), me parece muito esquisito que o árbitro tenha olhado o material e decidido que estava tudo bem. É algo que gera preocupação.
Maratona da Cidade do Cabo e a estrela de Major
Mudando de continente, vamos falar da Maratona da Cidade do Cabo.
Como muitos devem saber, a prova deste ano foi cancelada poucas horas antes da largada. O motivo foi uma ventania absurda que destruiu completamente a estrutura de largada e chegada.
A prova está na reta final para ser aprovada como a oitava World Marathon Major. Minha leitura é que eles decidiram cancelar pois, sem a estrutura adequada, a “entrega” da experiência ao corredor seria prejudicada, e eles certamente não passariam no crivo de avaliação das Majors.
Os inscritos de 2025 puderam escolher se inscrever para 2026 ou 2027.
A grande notícia é esta: A World Marathon Majors (WMM) soltou um comunicado avisando que todos que correrem a prova em 2026 receberão uma “estrela provisória”.
Isso vale tanto para quem vai para o Mundial de Faixa Etária, que acontecerá lá, quanto para os corredores “normais”. Caso a prova seja aprovada e se torne oficialmente uma Major em 2027, essa estrela provisória de 2026 será validada e contará para a sua mandala.
É uma excelente notícia para quem, como meu amigo Nelson Lima, estava preocupado em ir ao Mundial sem ter a garantia da medalha Major.
Anotem aí: A prova de 2026 mudou de data, saindo de outubro para 24 de maio. A loteria (sorteio) para vagas gerais abre no dia 6 de novembro.
Apoiadores
(Antes de fechar, os lembretes de sempre!)
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É isso por hoje, pessoal!
Como mencionei, estou em trânsito para o Porto, viajando com o Ricardo Giglio, da The Run, que também vai correr a prova. A partir de sexta-feira, vocês acompanham os vídeos da cobertura diretamente de Portugal.
Obrigado pela audiência de sempre e até amanhã.
Tchau!
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